Quem não queria ter a resposta para todos os problemas do mundo?! Uma resposta simples, um método passo-à-passo, infalível que resolvesse tudo, e que nos deixasse, finalmente, viver em paz uns com os outros. A gente procura, nas ideologias políticas, nas religiões, na Academia. E o que encontramos são fragmentos do que pode vir a ser uma estrutura para uma sociedade melhor. Cada um de nós sabe o que precisamos como coletivo, porém, é nos processos que divergimos. Ultimamente, me deixa triste ver as pessoas discutindo problemas dos quais nada entendem, como discutem futebol. "Fulano e beltrano, um contra o outro, quem irá ganhar? Quem sairá humilhado pelo poder de retórica do adversário?" Quando o que deveríamos mesmo era ouvir um ao outro, sem briga, sem picuinhas. E perceber possíveis soluções nos argumentos alheios.
Não seja tolo de achar que um lado está completamente certo, e é detentor do cetro da verdade absoluta, isso não existe! Nós somos seres humanos, logo, falíveis! Nem computadores, ou mesmo deuses são isentos de erro. Você pode ter certeza de que algo irá dar certo, mas só a prática e o tempo podem confirmar isso.
Todos concordamos, por exemplo, que o sistema político brasileiro não está mais funcionando. Engessadas as engrenagens da "democracia" com uma camada grossa de sujeira e lama. Para ser um político relevante é necessário que aceite ser financiado pelo sistema privado, que por sua vez só consegue obter o sucesso que almeja, e facilitar sua gestão, financiando políticos, que uma vez eleitos, trabalharão em benefício deles.
Para estar a frente do país é necessário que se tenha a maioria a favor, e como isso pode acontecer? Fácil! Basta comprá-los, porque não há ninguém interessado em seus planejamentos políticos, cada um está interessado em si mesmo. E se fossem só os políticos! Quem reclama deles, não enxerga sua própria corrupção. Somos todos corruptos, e o que nos diferencia uns dos outros, na maior parte dos casos, é apenas a oportunidade. Quanto você estaria disposto a comprometer de sua felicidade em benefício dos outros (entendendo por outros, todas as pessoas fora do seu círculo social, que não são nem seus conhecidos)? Pois é! É natural que nos importemos apenas com os nossos parentes, amigos e conhecidos mais próximos, além de nós mesmos. Mas por quê? Por que vivermos como bandos separados? Porque ver quem pensa diferente como inimigo? Por que privar essas pessoas dos direitos que queremos para nós mesmos? Não somos, por fim, muito diferentes dos nossos antepassados, que não tinham se descoberto como indivíduos ainda, e matavam uns aos outros porque não sabiam cooperar para um bem comum, não sabiam dividir uma fonte de água ou de comida, ou mesmo melhores abrigos contra predadores... Nada mudou, não evoluímos nada, nem como humanos, ou brasileiros. O que me espanta, é que seres inteligentes que somos, não tenhamos conseguido perceber coisas tão simples.