Há um tempo que venho pensando em como me envolver com a causa LGBTQ+, em como ajudar pessoas que possam estar passando por problemas para se assumir, ou mesmo para aceitar a si próprio. Tentei encontrar aliados por aqui na cidade, mas não conheço muita gente (antisocial que sou), e as pessoas gostam do conforto de não precisar militar a respeito de nada. Resolvi então fazer o mais básico, aparecer, dizer que estou aqui, e quem eu sou.
A letra que me representa na sigla, ainda hoje é bastante controversa. Se por um lado temos a liberdade de nunca precisar sair do armário quando em um relacionamento hétero, por outro, ao nos assumirmos corremos o risco de sermos rechaçados no nosso próprio meio, e no caso de nós mulheres (junte a isso o machismo), assediadas por homens héteros afim de realizar fantasias sexuais com suas parceiras.
Depois de várias conversas a respeito com meu esposo, decidi que eu deveria sair do armário, que entrei sem querer ao me comprometer com ele. Minha orientação sexual nunca foi segredo, mas ao entrar na minha nova família, não foi algo que quis revelar para os meus sogros de gerações tão distantes da minha. Nem pessoas do nosso convívio, que com o tempo se mostraram homofóbicas. E eu permaneci calada, até agora. Mas, ao continuar assim, eu não estou apenas negando parte do que me faz eu, como também estou nos ferindo como causa.
Acredito que não tenho nada a perder nesse momento em minha vida, e estou cansada de ficar em silêncio. Eu nunca tive, e nunca terei vergonha de ser quem eu sou. E se alguém tem qualquer problema com isso, eu sinto muito. Mas não diz respeito a mim, só a você.
Sempre acreditei que preconceito pode ser uma questão de pura ignorância, e portanto, fácil de consertar. Nesse caso, eu aceito perguntas a respeito da causa LGBTQ+, contanto que sejam feitas com bom espírito, e de dúvidas genuínas. E se você faz parte da sigla, e pode se manifestar, não fique em silêncio. Quanto mais de nós vier à tona, mais a sociedade terá a oportunidade de entender, que não há nada de errado conosco. Que somos iguais aos demais, e que por amar quem amamos, não dá direito a ninguém de nos odiar. Porque ser LGBTQ+ não é só sobre com quem nos relacionamos sexualmente, é sobre uma luta pelo direito ao amor. O direito, que sim, deve ser universal, de ser amado e de amar.
Pretendo escrever muito mais sobre esse assunto no futuro. Principalmente nesses tempos obscuros que estamos vivendo.
Eu preciso agradecer a pessoa mais importante na minha vida, por sempre me dar apoio, e por aceitar essa causa comigo. Eu queria que todo mundo fosse um pouco como você Edson.
So, I'm here, and I'm queer!
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