Ando refletindo sobre a necessidade social da mentira ultimamente. Quando me vejo, mais uma vez, convivendo com pessoas que mentem. Mentem para se proteger, para manipular (não de uma forma maquiavélica), ou apenas porque não sabe que o que fala é mentira.
É inquestionável que a vida em sociedade se tornaria impossível sem que pudéssemos esconder uns dos outros o que realmente pensamos, o que queremos, ou ainda o que fazemos. Eu, ainda que abomine mentir, preciso, vez ou outra usar desse artifício, quer para não magoar alguém com quem me importo, quer para tornar alguma situação favorável para a pessoa e para mim. Como disse, abomino e não me orgulho de forma alguma disso. Não sei se foi mais uma lição aprendida à força, ou se é algo genético. Mas tendo a ser assim, demasiadamente honesta. E isso também é um fardo. Sendo que tendo a falar o que penso, sem que me seja pedido. E muitas vezes isso só serve para machucar o interlocutor, e me deixar envergonhada do meu desserviço.
Penso agora na utilidade da verdade, assim como na utilidade do mentir. Quando solto a verdade na cara de alguém, assim crua e fria, neste momento, sempre imagino que estou lhe prestando um favor. Esta pessoa -penso eu- deve entender que, na minha opinião, o que ela fez não está certo, ou coisa do tipo. MAS QUEM DIABOS SOU EU PARA DIZER O QUE É CERTO A QUEM QUER QUE SEJA? Isso é o que eu deveria lembrar a mim mesma nesses momentos, antes de bater o arrependimento pela honestidade gratuita.
Outra coisa que me faz refletir bastante é que nem sempre quem mente, sabe que está a ludibriar alguém. Porque, primeiramente, está a enganar a si mesmo. Há um tempo atrás, sofria deste mal, além de tantos outros. Imaginava e criava vilões para minha história, algozes que só existiam na minha cabeça. Pessoas que no mundo real só queriam meu bem, eram transformados em monstros devoradores de sonhos. Naquela época, posso afirmar a quem me lê, eu não sabia que era a mim mesma a quem eu deveria temer. E era eu quem merecia umas boas verdades jogadas na cara. Ao estilo do que teimo em fazer agora com as pessoas que amo. Será que é uma forma de compensar?! Bem, só espero que eu tenha sapiência que nem sempre é necessário falar a verdade, e eu não preciso mentir também, é só fechar a boca. No final das contas, deixar com que o outro perceba seu erro, afinal, todo mundo tem seu próprio tempo pra isso (ou não).
Sabe uma coisa muito difícil e é quase impossível pra muita gente? Assumir os próprios erros! Mas a verdade em alguns casos pode ser o que se necessita. Por tanto, reflita se não é a melhor coisa a ser feita. Para mim é o que separa uma criança de um adulto. Infelizmente, vejo muita gente grande agindo como criança. E como eles se refletem na gente, temo que os pequenos de hoje, possam nunca aprender o valor da honestidade.
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