segunda-feira, 11 de março de 2019

Seja seu melhor melhor amigo

Hoje eu acordei me sentindo abatida, sem vontade de fazer nada, sabe? Fui fazer xixi, com a bexiga doendo de segurar por tantas horas enquanto dormia. E apesar de já ser quase hora do despertador tocar, resolvi ficar em silêncio pra não acordar o Edson, mas não voltei pra cama. Ao invés disso, peguei meu celular reserva, um velho Windowsphone de guerra, idêntico ao primeiro celular novo que possui na vida, mas que não é o meu, e sim de um amigo que foi gentil ao emprestá-lo quando precisamos. Com o celular em mãos, abri o navegador e acessei o YouTube. Um vídeo aleatório de coisas zero waste (posso traduzir de forma grosseira para "zero lixo", mas não é um bom nome pro movimento, pois é quase virtualmente impossível não gerar lixo algum) que uma garota randômica achava que não fazia sentido gastar dinheiro com. E usar o YouTube pra fugir de minhas tarefas foi tudo o que fiz pelo resto do dia. A única pausa que tirei, até Edson chegar tardiamente do trabalho, foi para colocar água pra todos os bichos. Essa maratona de vídeos que foram basicamente besteirol atrás de besteirol, e me acompanharam durante meus afazeres mundanos, como cozinhar e comer... culminou nos vídeos de uma moça americana falando em como sobreviver aos 20s, e já era noite.

Eu, que já tenho mais de trinta, me vi impelida - provavelmente por conta da foto na miniatura, dessa garota com olhos estranhamente enormes e lindos - não correspondente a realidade, inclusive - a clicar "só mais essa vez", e assim assisti um vídeo de mais de vinte minutos dela falando sobre problemas bem reais pra mim, nos meus trinta e um anos. E provavelmente, reais pra você que está me lendo também. Essa garota maravilhosa, que provavelmente tem vinte e poucos, e mora nos Estados Unidos, parece comigo, por quê? Será que todos sofremos das mesmas aflições nesse mundo contemporâneo? Hummm! Daí lembrei que tinha prometido publicar um texto aqui como segunda parte da ideia que eu estava desenvolvendo da última vez que postei. Seria algo que trataria basicamente do que ela falava. Mas de quando escrevi aquele texto para agora, eu já tenho novas ideias de como lidar com esse "problema", ou melhor: conjunto de problemas.

Primeiro, seja seu melhor melhor amigo, isso mesmo! Se você tem um (ou mais de um) melhor amigo você vai entender o que quero dizer. Seu melhor amigo vai te falar sempre a verdade, mas não vai te bater com ela. Vai querer sempre o melhor pra você, e celebrar quando você conseguir realizar o que queira. Não vai te deixar, por exemplo, desperdiçar seu dia, como fiz hoje. Tenho tentado ser essa pessoa pra mim, mas há dias em que eu vou falhar, como hoje, e tá tudo bem também. A gente não consegue ser o melhor que pode todos os dias. O que a gente não deve é se conformar com isso.

Eu tenho lido bastantes livros sobre self-improvement (desenvolvimento pessoal), vários de psicologia da força de vontade, procrastinação, hábitos, e até alguns de auto-ajuda, que são ruins, como livro, mas que deu pra pescar alguma coisa de boa. Como essa ideia de "seja seu melhor amigo" que vem de um livro de um cirurgião estético que morreu nos anos 70s. Apesar dos estudos citados nos livros de divulgação científica, serem quase sempre os mesmos, a perspectiva dos livros sobre os mesmos estudos, é diferente pra cada um. Agora eu estou, teoricamente, munida de estratégias para manejar certos hábitos ruins, na criação de novos, assim domando a procrastinação e finalmente fazendo o que descobri que é minha meta: ser uma pessoa melhor e fazer o meu melhor para as pessoas que amo e o meio onde vivo.

Então, o que exatamente faz com que eu passe um dia inteiro desperdiçando meu tempo?! Logo tempo, que é o recurso mais escasso que seres como nós, humanos, temos? Não me falta vontade, mas sobram hábitos ruins. E agora eu sei que não é porque eu não quero. Mas dificilmente eu conseguirei me livrar de todos, ou da maioria deles, porque é difícil mesmo. Pense em maus hábitos, como procrastinar, por exemplo, como um vício. E é um vício! Você tem o sistema de três partes: gatilho, ação e recompensa. Pense nas vezes que você precisou fazer algo, como um trabalho de escola, você ignorou isso para, sei lá, ver seu youtuber favorito, assistir stories e mais stories de pessoas que segue no Instagram, ou ficar na aba de "descobertas" desse aplicativo. Isso dá prazer, claramente, mas é vazio. Você não está realizando nada, só fugindo do que precisa fazer. Esse "prazer" de deixar algo pra depois, se enganado ao pensar: agora eu não to afim, mas mais tarde eu irei - bem, esse prazer é momentâneo e falso. Vem carregado de culpa, e te deixa mais e mais infeliz, se acumula, assim como suas tarefas ignoradas. É como eu sempre digo: fazer a coisa certa, é sempre o mais difícil!

Então, notando que eu não conseguirei me forçar a nada. Vou tentar uma estratégia que parece funcionar muito bem, que é: encontre um parceiro. Uma pessoa que possa te cobrar suas resoluções, e que ela mesma esteja vivendo situação semelhante, e também esteja nesse processo de desenvolvimento pessoal (no meu caso). Mas pode ser qualquer coisa, como alguém pra ser seu companheiro(a) de corrida, de academia, de leitura de livros, de alimentação saudável... E se você tiver a oportunidade de fazer isso em grupo, ainda melhor! O fato é que é muito fácil quebrar promessas feitas a si mesmo, mas é mais difícil quando tem outra(s) pessoas esperando algo de você, te apoiando, e precisando também do seu apoio.

Então, vamos lá para o que é necessário:
  •  Um companheiro(a) ou grupo de pessoas que estejam na mesma vibe (basicamente pessoas com ideias e desejos similares aos seus);
  • Metas claras. Anote-as. De preferência algo realista, e com prazo - realista também, por favor!
  • Plano de ação. E quanto mais detalhado melhor. Quebre seu objetivo em várias etapas, e antecipe qualquer intervenção que possa acontecer no caminho. Tenha planos backup (reserva) para esses imprevistos. Anote tudo! Seja no papel, no celular, num arquivo do Word, mas anote;
  • Por fim, foco! Não seja ambicioso, se você tentar mudar tudo ao mesmo tempo, o que vai acontecer é que vai ficar muito mais fácil cansar disso muito rápido e chutar o balde. Se vai mudar alguma coisa em sua vida, comece pequeno e mantenha-se concentrado em fazer aquilo se realizar. O que a ciência descobriu é que, em geral, a criação de um bom hábito, como se exercitar ou controlar as finanças (um ou outro por vez, ok?), tem o poder de reverberar pra todas as áreas de sua vida, de forma natural. Não é lindo?!
Se você quiser fazer sua própria pesquisa, o que recomendo fortemente. Afinal é sempre bom procurar melhorar a si mesmo. Os livros que li, ou estou lendo sobre o assunto são:

  • Força de Vontade - Roy Baumeister e John Tierney;
  • O poder do hábito - Charles Duhigg (ainda não terminei, mas é um ótimo livro); 
  • Solving The Procrastination Puzzle Audiobook - Timothy A. Pychyl (infelizmente não tem versão em português, até onde sei. Mas é muito bom e curtinho);

E os de auto-ajuda que tentei ler, mas não rolou pra mim. Mas talvez seja mais a sua praia:


  • O milagre da manhã, de Hal Elrod;
  • Como Vencer os Sentimentos Negativos - Maxwell Maltz (esse é dos anos 60s); 
Além de claro, inúmeros vídeos, artigos e matérias na internet que falam a respeito desses assuntos. Escolha o que mais te convém, e seja feliz!

O vídeo que me fez publicar esse texto:

https://www.youtube.com/watch?v=tWHVqFKC5og

Recomendo também o canal da Jout Jout Prazer, muito bom! 

https://www.youtube.com/user/joutjoutprazer




 

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