O texto da Rosely Sayão*, fala de dados sobre algo preocupante. O exagero
do uso das tecnologias e o afastamento do vínculo social primário: a
família. Em seu texto há apenas números que mostram pesquisas com filhos
que se sentem "trocados" pelo celular. Os pais estariam usando demais
seus smartphones e não dando a atenção necessária para seus filhos. Num
dos comentários ao texto alguém cita que as crianças e adolescentes não
são diferentes, abusando do uso desses aparelhos e se ausentando da
interação com a família. Basta que fiquem sem essas tecnologias, pra que
se note a diferença, afirma.
Porém, o que acontece, na verdade, é uma
evolução de mídia. Antes, tanto os pais (adultos), quanto os filhos
(crianças e adolescentes) tinham como meio de entretenimento em casa,
apenas a televisão. Nesse caso, fazia-se a vontade do mais forte, geralmente os pais! Lembro de nunca ver televisão nos horários das
atrações infantis, quando minha mãe e vó estavam em casa era só novela.
Para assistir a programação que eu queria, ou negligenciava as rotinas
domésticas pela manhã, quando as duas não se encontravam. Ou aproveitava
a sua ausência às tardes e mudava de canal. Saudades da TV Cruj no SBT,
e dos desenhos vespertinos da TV Cultura, que só conseguia ver a muito
custo, e já na adolescência!
TV é uma tecnologia que pode ser
aproveitada por quantas pessoas estiverem no cômodo. É uma experiência
coletiva. Computador, tablet e o famigerado Smartphone, geralmente não.
Digo geralmente porque já desfrutei de vídeos no computador ou
smartphone na companhia de alguém. Dá pra fazer, claro, mas não é o mais
comum. Como com um livro, é uma experiência mais individual. E há tantos
usos para esse aparelho, posso jogar videogames, interagir com outras
pessoas, ler (dificultado pelo tamanho da tela, mas possível), e o meu
favorito: ver vídeos no Youtube. Esses são apenas alguns exemplos da funcionalidade
dessa tecnologia usada em conjunto com a internet.
Claro que haverá uma
alienação. Somos impelidos a procurar por atividades que nos dê prazer,
é de nossa natureza. Os deveres são chatos, e a convivência, nem sempre
fácil e satisfatória. Todos sabem, mas parecem ignorar, que fazer parte
de uma família é ótimo, mas traz aborrecimentos. Muitas vezes
exageramos e os transformamos em problemas. Por isso também, a fuga. Não
podemos culpar os smartphones, e sua capacidade de nos distrair, por
destruir famílias. O que afasta os indivíduos não está em aparelhos e
novas tecnologias, está em nossa natureza. De viver sob uma falsa
alegação de que não temos problemas.
Muitos pais de ontem, deixaram a televisão criarem seus filhos. Ou por falta de tempo de estar com eles por conta de trabalho, ou porque não sabiam o que fazer com essas crianças. E é o mesmo que vejo muitos pais fazerem hoje, só que com videogames, smartphones e internet. Nada mudou! A sociedade "tenta" nos preparar para ter uma carreira, para ter uma família. Ao menos, é o que ela nos cobra quando adultos. Mas ninguém nos ensina a ser pai ou mãe. O cuidar geralmente se resume a alimentar e vestir. Uma criança necessita de muito mais que isso! E não estou falando de nada material. Precisa que se importem com ela. E que façam parte de sua vida o tempo inteiro. Nada deve ser ignorado ou negligenciado quando se trata de um filho.
Muitos pais de ontem, deixaram a televisão criarem seus filhos. Ou por falta de tempo de estar com eles por conta de trabalho, ou porque não sabiam o que fazer com essas crianças. E é o mesmo que vejo muitos pais fazerem hoje, só que com videogames, smartphones e internet. Nada mudou! A sociedade "tenta" nos preparar para ter uma carreira, para ter uma família. Ao menos, é o que ela nos cobra quando adultos. Mas ninguém nos ensina a ser pai ou mãe. O cuidar geralmente se resume a alimentar e vestir. Uma criança necessita de muito mais que isso! E não estou falando de nada material. Precisa que se importem com ela. E que façam parte de sua vida o tempo inteiro. Nada deve ser ignorado ou negligenciado quando se trata de um filho.
Falo isso porque fui filha, e por mais que, na época, mesmo que quisesse minha
"privacidade" quanto a muitos aspectos. Careci de mais interferência de
minha família. Mas não posso culpar minha mãe. Ela fez o que pode com o
que tinha. E a ela, sou grata por muito do que sou hoje. Só quero deixar
registrado que o problema não é a nova tecnologia, são as velhas
instituições. A família também precisa de uma reforma.
Pensando sobre o assunto deste link: A Importância do Vínculo*
Nenhum comentário:
Postar um comentário