sexta-feira, 17 de novembro de 2017
A vida infinita
O ser humano vive, em média, algumas décadas a mais que meio século, é um espaço de tempo breve comparado, vamos dizer, a existência da nossa espécie ou ainda, do nosso planeta. Talvez por isso a falta de preocupação com as consequências de nossos atos em vida. Quando a gente compra um refrigerante, não costumamos nem pensar sobre a consequência pro nosso corpo, de ingerir grandes quantidade de açúcar numa bebida, quem dirá sobre quanto tempo aquela garrafa PET irá existir como lixo após seu descarte. Ou mesmo para onde irá a sacola plástica que usamos para carregá-lo até em casa. Não é uma preocupação urgente como: não tocar no ferro quente pra não se queimar; ou não faltar ao trabalho para não ser despedido. Se não tem consequência agora, não deve fazer mal. É o que costumamos pensar. Outro pensamento é: sempre foi assim, não vou fazer diferente. Algum dia tudo vai ficar bem! Mas não fica.
Sem querer ser alarmista, e já sendo. Nós fazemos muito mal, a nós mesmos e ao planeta. E isso não é papo de ambientalista e amantes de plantinhas e bichinhos. Talvez nós tenhamos passado do tempo de reverter o mal que estamos fazendo ao meio ambiente. Desmatamento, poluição, extinção em massa de fauna e flora! Quando notaremos que não somos absolutos e independentes do restante da natureza? Mas que somos parte dela, e como parte que pode calcular os efeitos de nossas ações, podemos planejar para agir diferente do que estamos fazendo até agora. O planeta em que seus netos irão viver, será muito diferente do que ainda conhecemos. E tudo isso por ambição.
Grandes nomes estão envolvidos na extração de madeira e minerais no Brasil. Quase nunca de maneira responsável. Pelo contrário, a ideia é mais de tirar da terra tudo que se pode, sem medir consequências. Exploração na definição mais crua (e cruel) da palavra. Após, por exemplo, a derrubada da mata (quando legal), o que se segue, ao menos aqui no país, é a exploração agropecuária. Nesse processo, ignora-se os malefícios dos atos a longo prazo, pois o lucro monetário é mais urgente, e torna tudo isso viável. Quem decide se isso é possível, no nosso caso, são os órgãos federais responsáveis. Essas instituições têm seus cargos de chefia nomeados pelos políticos que elegemos. Esses políticos por sua vez, são os mesmos exploradores da terra. São mineradores, agro-pecuaristas ou estão ligados a essas atividades de alguma forma. Deixar pessoas assim regulamentarem seus próprios negócios, é como deixar ratos vigiando sua comida. E isso é apenas um dos aspectos sobre o qual podemos refletir. Na indústria acontece o mesmo!
Não precisamos ser eremitas veganos e viver em cavernas para não agredir o planeta. Podemos viver e consumir de forma mais consciente. Analisar nossas escolhas, quando nos é permitido. Podemos, e devemos também, exigir das figuras no poder, políticas mais inteligentes e de acordo com o melhor para todos, e para o futuro. E não o mais lucrativo para alguns. Tudo tem alternativa. Mesmo mais trabalhosa e/ou demorada. Mas certamente mais correta.
Andei pesquisando sobre permacultura, agrofloresta e agricultura sintrópica, como alternativa ao nosso modo comum de fazer agricultura. Que envolve desmatamento, queimadas, monoculturas em latifúndios, uso de pesticidas e fertilizantes químicos, dentre outros. E culminam em produção cada vez mais fraca, pragas mais resistentes, inclusive eliminando variações de espécie, como no caso da banana. E consequente esgotamento daquelas terras e seus mananciais de água (elemento essencial na produção de alimentos). O que todas essas palavras significam é uma maneira de aproveitamento da terra de forma mais consciente e inteligente. De uma melhor integração do ser humano e natureza. Sem que precisemos recorrer a práticas prejudiciais, e melhorando o lugar onde é trabalhado. E mais saúde, afinal nada de agrotóxicos e outros agentes que fazem mal ao nosso corpo. É comida de verdade, que podemos consumir sem medo de estar nos envenenando aos poucos, como acontece hoje.
Têm-se feito estudos com grandes produtores, e com sucesso. Como disse, não é fácil, mas muito recompensador, para o planeta, o produtor e nós que consumimos. Mas não é o mais lucrativo para as pessoas que podem decidir o nosso futuro. E que não pensam em ninguém, a não ser em dinheiro e poder, para si mesmas e seus pares. Por isso, muita gente está atuando por conta própria. Tomando as rédeas e agindo de acordo com o que consideram correto, e não só para elas, mas para todos. Altruísmo e amor ao planeta é o que essas pessoas têm em comum. Mas não só isso. Elas ainda conseguem ter atividades rentáveis. Tudo isso dá dinheiro! A diferença é que não custa o nosso futuro, e na verdade, acrescenta à natureza!
Aconselho pesquisar essas palavrinhas, e saber do trabalho das pessoas envolvidas. É lindo e inspirador!
Sobre Agricultura sintrópica e seu maior divulgador no Brasil: http://agendagotsch.com/
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